Este foi sem dúvida um concerto memorável não tivesse eu passado 4 anos a escrever sobre o mesmo.
Depois de ter estado vários anos a ouvir sempre o mesmo som, pois o grunge havia acabado, e a música electrónica invadiu a cena musical com o underground ainda a viver do passado, eis que o Max Cavalera deixa os Sepultura e cria os Soulfly de modo a ter toda a liberdade artística. Para mim Soulfly foi na altura uma lufada de ar fresco na música que gosto de ouvir, um som tribal associado ao peso do metal e com uma mensagem a transmitir, enfim todos os ingredientes para que eu me "apaixonasse" pelo o resultado final.
Em 2001 tive a felicidade de os poder ir ver actuar na Praça Sony, para um concerto deste calibre é preciso ir com amigos de peso, e juntou-se uma tribo engraçada, Eu, o Miranda, o Mota, e o Artur.
Tivemos que fazer 50km e durante a viagem ia-se a ouvir o ultimo CD deles e a relatar peripécias de antigos concertos que tinhamos assistido, como o de Ratos de Porão onde o "Gordo" em 15m tinha bedido uma garrafa de whisky.
Chegado ao recinto, havia uma mistura de culturas muito interessante, por um lado viam-se os Metal´s vestidos de preto e cabelos compridos e com t-shirt´s ainda referentes a "Sepultura" por outro tinhamos pessoal mais colorido e com rastas e por fim alguns míudos meio perdidos com a expressão "Isto é so gente maluca".
Quando chegamos estavam a actuar os Primitive Reason, mas so passado 15m é que reparamos que eram eles, porque primeiramente dirigimo-nos aos bares como é da praxe. Mas Primitive estava realmente diferente, tinham mudado de vocalista e estavam a tocar em regimes mais rápidos que o habitual, foi uma agradável surpresa. Depois houve aqueles 10m de espera para que os Soulfly entrassem no placo que aproveitámos para ir ultrapassando a multidão de modo a ficarmos lá bem á frente onde tudo realmente acontece, a tensão atingiu o rubro quando as luzes se apagam e começa a ouvir-se o Birimbau como música de fundo, o momento que todos esperavam estava prestes a acontecer e ouvesse o Max.."Hey Lisboa.. Soulfly...Back to the Primitive", o concerto havia começado, era tempo de expulsar umas raivazinhas no meio daquele mosh. O Max é realmente um cão de palco, interagindo com o público de uma forma espontânea e muito pouco profissional que é o que se pede a um musico. Havia mil e uma peripécias que podia contar sobre aquela hora, mas não o vou fazer porque só interessa a quem as viveu.
Deixo aqui só um cheirinho do que foi o concerto e o feeling que por lá imperava.
Zombie esta é para ti.