O governo português caiu, não devido á força popular ou militar mas porque o presidente da República decidiu pela sua dissolução.
Sampaio admitiu assim que errou á 4 meses atrás ao permitir que Satana Lopes tomasse a rédeas do país tornando-se 1º Ministro sem ir a eleições.
Estes quatros meses foram um verdadeiro desastre de governação, com vários exemplos de descoordenação e falta de estratégia. Desde a tomada de posse onde Santana Lopes não soube ler o discurso e Paulo Portas nem sabia que Ministérios iria assumir até ao facto do Ministro das Finanças ter sido surpreendido por um colega seu que o imposto IRC iria baixar, já para não referir a colocação dos professores.
Apesar de todas estas contradições, para mim houve um episódio com bastante relevância que terá influenciado esta decisão política, o "abafar" do Profº Marcelo Rebelo de Sousa.
Sampaio até teria permitido más gestões financeiras, afinal não é nada de novo, alias é um factor comum a todos os governos até então, mas o Presidente jamais iria aceitar atitudes fascistas no final do seu mandato. Sim, eu considero uma atitude fascista a maneira como a governo "resolveu" a questão Marcelo Rebelo.
Não é democrático fazer pressões sobre os Media para calar seja quem for, e é muito menos democrático pedir á Autoridade para a Comunicação Social para transmitir o seu parecer e quando esta decide contra o governo, este afirma que o orgão nao tem legitimidade que resolve "renová-lo". Esta é a minha opinião, apesar de já estar saturado de ouvir o Prof falar como se fosse dono da razão, o homem percebe de política, de musica, de arte, de informática, de futebol, de culinária, de religião, de ...(Please)
No entanto, Sampaio só tomou esta decisão quando o Ministro do Desporto lhe deu o pretexto que faltava com a sua carta de demissão onde referia tudo o que já se sabia, não havia uma estratégia para o país e imperava a desordem e o show-off.
Sinceramente, estou cansado destes políticos que falam falam e não os vejo a fazer nada, se na selecção nacional de futebol já temos jogadores que não têm nacionalidade portuguesa, começo a ponderar até que ponto não seria benéfico contratar estrangeiros para governar este país.
Para quem não me conhece, eu tenho orgulho de ser português, sou totalmente contra aquela velha hístória que estariamos muito melhor se fossemos uma província da Espanha, no entanto acho que a nossa independência não estaria posta em causa se em vez de um Bagão Felix que nem um Benfica conseguia governar, tivessemos um senhor competente que não tivesse qualquer contacto com os lobbys instalados nesta sociedade. O caso da TAP é exemplo disso mesmo, onde uma equipa de brasileiros consegui em 3 anos tirar a empresa da crise a pô-la a gerar lucros numa altura em que as companhias de aviação passaram sérias diversidades devido ao 11 de Setembro.
Aquela velha máxima que os portugueses não sabem trabalhar é totalmente falsa, somos reconhecidos fora das nossas fronteiras exactamente pelo contrário, o que acontece é que o Português não pode pertencer ao Patronáto porque deixa de trabalhar e leva atrás de si muitos dos seus empregados. Ninguêm gosta de trabalhar para quem nada faz senão usufruir do suor dos outros, e ainda faz questão de o demostrar com valores materiais, é este o comportamento padrão em Portugal onde ainda impera mentalidade retrógadas de pseudo superioridade*. O Luxemburgo é hoje um dos países mais desenvolvidos do mundo com um nivel de vida invejavel muito devido á comunidade de emigrantes portuguêses.
*Esta história de pseudo superioridades fez-me recordar um momento da minha vida académica no secundário, onde um dia uma professora na fila do bar passou á frente de todos só porque era professora e eu tive de lhe chamar á atenção, a reacção dela foi típica, "Sabe quem eu sou?", "È uma professora que está aqui para ensinar, e eu um aluno para aprender, e isso não lhe dá o direito de me passar á frente na fila", depois disto ainda teve o descaramento de dizer que eu era mal educado. São estas pequenas coisas que reflectem a psicologia instalada neste país.